A música como escapatória dos tempos difíceis e como ponte para a espiritualidade. É assim que o músico João Gil define o álbum “Missa Brevis”, lançado esta quinta-feira, na abertura do Ano da Fé. “A música é celeste, de natureza divina e de tal beleza que encanta a alma e a eleva acima da sua condição”, a frase do filósofo grego Aristóteles foi proferida há mais de dois mil anos mas não tem prazo de validade.
O músico João Gil, que fez parte de grupos que marcaram a história da música moderna portuguesa, como os Trovante ou a Ala dos Namorados, afina pelo mesmo diapasão.
“Com o novo tempo que aí vem, difícil, que esta missa signifique alguma leveza, alguma espiritualidade e, dessa maneira, resistir mais, porque temos qualquer coisa mais do que sobreviver, há mais qualquer coisa na nossa vida do que as dificuldades e a linguagem e o planeta do dinheiro obriga-nos a isso. Se calhar está na altura de começarmos a criar novos mecanismos e novas leituras da vida. Afinal de contas, o que é que estamos aqui a fazer, quem somos, quem habita em nós, quem deixamos neste mundo para o futuro”, sublinhou João Gil.
O cónego João Aguiar, presidente do conselho de gerência do Grupo r/com - renascença comunicação multimédia, diz que começou por encarar este projecto de forma cautelosa, mas com abertura. Depois de “ouvir para crer”, ficou rendido. “Com prudência eclesiástica quis, não ver para crer, mas ouvir para crer, e o João [Gil], amavelmente, começou a remeter-nos pequenos trechos saídos da sua viola e, logo nesses primeiros trechos, espantosamente, dei comigo a rezar”, recorda o cónego João Aguiar.
Além de João Gil e Luís Represas, participaram em “Missa Brevis” o pianista Manuel Paulo, a voz de Manuel Rebelo e a violoncelista Diana Vinagre. O álbum é editado pela Genius y Meios, uma empresa do Grupo r/com – renascença comunicação multimédia.