Avançar para o conteúdo principal

Mensagens

Obrigado, Papa Francisco

  1️⃣ Já se passaram alguns dias desde o regresso do Papa Francisco à Casa do Pai. Penso que todos acreditamos que a morte de um Papa marca um momento profundo na vida da Igreja. Naturalmente, somos invadidos - estranho seria se assim não fosse - por sentimentos de tristeza e gratidão: tristeza pela perda de um homem que procurou, ao seu jeito, com simplicidade e coragem ser sinal do amor de Cristo por todos; gratidão porque, apesar das suas fragilidades e limites, Francisco serviu a Igreja com a generosidade de quem se sabe servo e não senhor. Fê-lo de um modo que qualifico de “coerente”, porque independentemente da sua visão de Igreja, era um homem de oração, que amou Cristo e O quis apresentar a todos, servindo-O nos mais frágeis. 2️⃣ Penso que este é também um tempo de reflexão. O Papa - qualquer um - é sucessor do Apóstolo Pedro, escolhido para confirmar os irmãos na fé. Mas o Papa continua a ser um homem e, por isso, não o podemos tratar como se fosse um Deus. O Papa é um hom...
Mensagens recentes

Na amizade, não existe preconceito. Sem amizade, todos pensam conhecer a verdade.

O preconceito. Quando falamos deste termo, facilmente a nossa cabeça se resvala a contemplar graves abusos na nossa sociedade, onde temas como racismo, educação, ambiente familiar e outros nos faz ter uma ideia antecipada e generalizada de determinado grupo. Mas o preconceito ultrapassa estas questões. Existe, também, nas relações que quotidianamente estabelecemos com uma pessoa.

Liturgia: espaço de fecundidade e não de evangelização

Hoje, motivado por uma conversa que tive com alguns colegas meus, decidi partilhar um breve apontamento eclesiológico que já há algum tempo venho a defender. À primeira vista, para alguns, poderá parecer algo óbvio, da aceitação de todos. Mas, na verdade não é assim. A questão levantada é a seguinte: pode a Liturgia ser considerada, em primeiro lugar, como espaço de evangelização? Ou seja, será a Liturgia o espaço que a Igreja reserva para que as comunidades possam fazer o primeiro anúncio? Para responder a esta questão, poderia servir-me do esquema básico da teologia sistemática. Mas prefiro começar logo pelos dados da minha argumentação, saltando qualquer fundamentação bíblica e patrística que possam estar, e estão, na sua base.

Autenticidade de vida, vivida na responsabilidade de uma liberdade assumida

A semana santa aproxima-se. Mais uma Quaresma passada, e tantas já vividas. Cada Quaresma é para nós um memorial da Aliança que Deus faz connosco. Memorial porquê? Porque a Aliança está feita, de uma vez por todas; porque Deus é  fiel e não se esquece do seu povo; porque o Homem é pecador e está sempre chamado a retomar a uma vida de fidelidade a esta Aliança. A Quaresma é para isto. Um tempo que nos recorda que é sempre necessário olharmos para nós, revermos as nossas atitudes, e regressar à casa do Bom Pai, um Pai misericordioso. A tentação, durante toda a nossa vida, será sempre a de vivermos como aquele filho mais novo. Vivia na casa do pai, tinha tudo, podia tudo, conseguiria tudo. A única exigência seria a da fidelidade aos pedidos do pai. Uma exigência que passava pela responsabilidade nas pequenas (grandes) coisas que pai lhe pedia. Mas este filho não se contenta com isso. Olhando para fora da casa, contempla toda uma vida que não é a sua, não é para si, ma...

A CRISE DA TRANSMISSÃO DA FÉ

O FACTO: ESTAMOS A ENFRENTAR UMA CRISE             Na Igreja Ocidental, já há muito tempo que percebemos que estamos a atravessar uma crise no que toca à transmissão da fé. Propomo-nos, por isso, a analisar aquelas que poderão ser parte da causa de tal fenómeno, seguindo o pensamento de Juan Martín Velasco.             Os indícios imediatos de tal crise, encontramo-los essencialmente em dois aspetos que nos são familiares: o envelhecimento das comunidades cristãs, que compromete o desenvolvimento sustentável das mesmas, e as dificuldades experimentadas por pais e educadores na transmissão das suas convicções, valores e hábitos de vida, sobretudo no campo da religião. W. Kasper afirma mesmo que a crise da transmissão da fé é um problema não só da Europa, mas sim mundial. E nós acrescentamos que não se trata só de uma dificuldade no campo da fé, mas generalizada em outros ...

A música como ponte para a espiritualidade

A música como escapatória dos tempos difíceis e como ponte para a espiritualidade. É assim que o músico João Gil define o álbum “Missa Brevis”, lançado esta quinta-feira, na abertura do Ano da Fé.  “A música é celeste, de natureza divina e de tal beleza que encanta a alma e a eleva acima da sua condição” , a frase do filósofo grego Aristóteles foi proferida há mais de dois mil anos mas não tem prazo de validade. O músico João Gil, que fez parte de grupos que marcaram a história da música moderna portuguesa, como os Trovante ou a Ala dos Namorados, afina pelo mesmo diapasão. “Com o novo tempo que aí vem, difícil, que esta missa signifique alguma leveza, alguma espiritualidade  e, dessa maneira, resistir mais, porque temos qualquer coisa mais do que sobreviver, há mais qualquer coisa na nossa vida do que as dificuldades e a linguagem e o planeta do dinheiro obriga-nos a isso. Se calhar está na altura de começarmos a criar novos mecanismos e novas leituras da vida. Afinal...

Liturgia: Simbolismo do Óleo

De entre muitos símbolos que encontramos da Liturgia, destaco, hoje, o óleo. Ano da Fé é também ano para repassarmos a nossa história e olharmos para a forma como o Senhor já nos chamou. Percebendo o uso do Óleo na Liturgia, podemos também perceber melhor a nossa vocação batismal confirmada no dia do Crisma. Fica aqui .